domingo, 9 de junho de 2013

Primeiros registros escritos do português arcaico

No século XIII, a região identificada como Portugal utilizava para redigir documentos oficiais o latim literário, que cada vez mais sofria influências do latim vernáculo, ao mesmo tempo em que, documentos de caráter prático destinados a parcelas da população que não conheciam o latim, transcreviam a fala corrente caracterizando o que conhecemos hoje por português arcaico.
São aspectos fonéticos do português arcaico com maiores desafios de representação gráfica nos textos mais antigos:
               – Consoantes Palatais
               – Africadas ou fricativas dentais provenientes da palatalização de outras consoantes
               – Representação das vogais e ditongos nasais
É comum aos textos antigos a presença de regiões raspadas e letras acrescentadas entre as linhas, que supostamente seriam corrigidas quando passadas a limpo pelos escribas, como salienta Ivo Castro (1991):
“Em vez das formas erradas serem riscadas ou mesmo rasuradas, o escriba limita-se a escrever-lhes à frente a correção, deixando para a passagem a limpo eliminar o erro.”
São ainda, particularidades referentes à grafia que diferenciam o português arcaico do português atual, entre outras, as seguintes:
            - A formação de hiatos decorrentes da queda de diversas consoantes, principalmente do -n-, do -l- e do -d- intervocálicos, causando encontros vocálicos;
            - Alternância constante de vogais orais simples;
            - Inúmeros substantivos e formas verbais terminados em -am, -an, -om, -on;
            - A forma atual não era quase sempre grafada nom;
            - A ocorrência de um p entre as duais nasais com a finalidade de preservar a nasalidade das duas consoantes (n);
            - Acréscimos e perdas de fonemas ou deslocamento de fonemas no interior de um vocábulo;
            - Substantivos em mento, provindos de temas verbais do infinitivo, e aqueles terminados em -ança,-ença, evolução fonética dos latinos -antia, -entia.


Bibliografia:
CASTRO, I.(1991) Curso de história da língua portuguesa. Lisboa, Universidade Aberta.
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/p00001.htm - Acessado dia 16/05 as 16:00.

ILARI, R. e BASSO, R. O Português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos: Editora Contexto, 2006

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